15 de janeiro de 2013

Papinha industrializada: prós e contras


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De um lado, a praticidade. Do outro, a preocupação com os nutrientes. Afinal de contas, em que situações vale a pena oferecer papinha pronta?

1. Qual a melhor maneira de aquecer essas papinhas? Em banho-maria ou no micro-ondas? Se a criança não comeu tudo, é possível guardar na geladeira para consumo posterior?
A papinha pode ser aquecida no micro-ondas ou em banho-maria, conforme for mais prático. Depois de abrir o potinho e armazenar no refrigerador, o consumo deve ocorrer no prazo de 24 horas.

2. O que é necessário olhar no rótulo da papinha para saber se o produto é saudável? Quais são os valores dos nutrientes procurar? Enfim, o que priorizar? E evitar? Que ingredientes são indispensáveis?
Em primeiro lugar, é preciso confiar na marca da papinha. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, todos os alimentos disponíveis no mercado devem seguir valores de referência de ingestão dietética. No Brasil, segue-se a DRI (Dietary Reference Intakes). No entanto, nem todos os fabricantes fornecem a quantidade de vitaminas presentes nas embalagens. Para ser saudável, a papinha não deve possuir corantes, conservantes, acréscimo de açúcar e gordura trans. Fique também de olho no sódio, dando preferência aos produtos que contêm a menor quantidade.

3. As vitaminas e/ou minerais se perdem com o processamento industrial? Quando se oferece esses preparos prontos, o alimento é menos nutritivo?
Pelo contrário, o processamento industrial ajuda a conservar os nutrientes das papinhas devido à esterilização em alta temperatura e ao fechamento a vácuo. No entanto, é importante saber que a biodisponibilidade das vitaminas e dos minerais de um alimento in natura é sempre melhor. Em outras palavras, as substâncias do bem são mais bem aproveitadas pelo organismo. Portanto, se sobrar um tempinho, é melhor preparar a refeição em casa.

4. Quando a papinha industrial é vantajosa?
A papinha industrial é vantajosa pela praticidade e rapidez. É bom recorrer a ela somente quando não houver tempo para preparar a refeição com ingredientes naturais, como no caso de passeios ou em viagens longas, já que a papinha caseira pode estragar no caminho por causa da temperatura inadequada. Nos demais casos, é melhor preparar a refeição com alimentos frescos e texturas variadas para estimular o desenvolvimento da mastigação.

5. É verdade que a papinha industrial não estraga como os alimentos naturais?
Sim. A papinha industrializada não estraga facilmente por causa da pasteurização e do controle dos ingredientes, mas, depois de aberta, deve ser consumida em até 24 horas, desde que seja conservada em um refrigerador. A vantagem de fazer a comida em casa é que você tem mais segurança em relação à qualidade dos alimentos oferecidos, além de ter a oportunidade de variar mais no sabor e nas texturas. Em geral, as papinhas industrializadas apresentam consistência, cor e sabor semelhantes, o que acaba tornando a alimentação monótona e sem graça. Lembre-se: um prato colorido e com consistências diferentes estimula o seu pequeno a comer com mais vontade e desenvolver melhor o paladar, a mastigação e a percepção dos alimentos.

6. Existe alguma contraindicação para as frutinhas prontas?
As frutinhas prontas são muito pastosas e não favorecem o desenvolvimento da mastigação. O melhor é dar a fruta fresca mesmo: melancia, laranja, banana... É muito importante deixar a criança se acostumar com diferentes texturas de comida, seja mais consistente ou mais mole. Sempre fique de olho para seu pequeno não engasgar. Uma sugestão da odontopediatra Mariângela Schalka é deixar a criança com um pedaço da fruta pequeno (sem cortar em cubinhos), como um pedaço de abacaxi ou um gomo de tangerina. Isso estimula a percepção do alimento, a adaptação da mastigação e a sensibilização da língua. Fora que não tem nada mais gostoso do que ver uma criança se deliciando, com uma frutinha, ao tentar comê-la.

7. Até que idade as papinhas industrializadas são recomendadas?
As papinhas industrializadas possuem, nos rótulos, sugestões de idade para a criança consumi-la. No entanto, vale controlar a textura do alimento, preparando a refeição em casa, mantendo pedaços maiores. O momento de transição do líquido para o sólido é muito importante para o desenvolvimento da mastigação. É necessário fazer uma transição progressiva. No início, por volta dos 6 meses de idade, amasse a papinha com um garfo. Batata, carne cozida e cenoura são boas pedidas.

Procure usar a peneira nos dez primeiros dias. Aos poucos, deixe pedaços de alimentos para que seu pequeno se acostume com a mastigação horizontal, responsável por triturar o alimento. Quando a papinha é somente pastosa, a criança só registra o movimento horizontal, no qual a língua leva a comida para a garganta para ser engolida. A ideia da progressão de consistência é fazer com que a criança consiga fazer a modulação da mastigação, por volta de 1 ano de idade. Mesmo se tiver poucos dentes na boca ou nenhum, o pequeno vai conseguir amassar um alimento mais mole, como uma batata cozida, com a própria gengiva.

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